Eleita pelos moradores no ano de 1998 como o símbolo da capital mineira, a Serra do Curral é o mais importante patrimônio ambiental e paisagístico da cidade de Belo Horizonte.
Identidade e nome
Patrimônio histórico e marco geográfico cultural, o nome da serra está originalmente ligado ao vilarejo localizado na região da futura capital. Chamado de "Nossa Senhora da Boa Viagem do Curral Del Rey", o distrito (criado por Ordem Régia de 1750) foi elevado à categoria de município e desmembrado da cidade de Sabará em dezembro de 1897. No ano de 1890, pelo Decreto Estadual n.º 36, o distrito foi renomeado como Belo Horizonte, sendo elevado à categoria de município e Capital Estadual, com a denominação de “Cidade de Minas”, pela Lei Estadual n.º 3, de 17 de dezembro de 1893. Belo Horizonte identifica o maciço da Serra do Espinhaço como um índice histórico-temporal, patrimônio cultural e ícone da sua identidade, elemento distintivo e presente como um dos símbolos figurativos do Brasão Municipal.
Biodiversidade e parques naturais
Com um ecossistema próprio, a Serra do Curral é rica em fauna e flora, delimitando a transição entre os domínios fitogeográficos da Mata Atlântica e do Cerrado. Apresentando elementos singulares, o maciço possui uma rica diversidade florística e abriga importantes Unidades de Conservação e grandes Reservas Legais. Entre elas, destacam-se: o Parque Municipal das Mangabeiras; o Parque Florestal Estadual da Baleia; o Parque Estadual Serra do Rola-Moça; a Estação Ecológica Estadual do Cercadinho; Monumentos Naturais Municipais; diversas RPPNs; e a APA Sul RMBH. Ainda, está localizada em Área Prioritária para Conservação da Biodiversidade.
Sobre o licenciamento de projetos para retomar a mineração na Serra do Curral
Desenvolver uma atividade de mineração na Serra do Curral seria impactar e ameaçar diretamente o seu rico patrimônio cultural e natural. As consequências diretas de uma atividade de mineração na Serra do Curral envolveriam:
Impactar no equilíbrio de diversas áreas verdes municipais, estaduais e federais;
Interferir no abastecimento de água da população belo-horizontina, haja vista que a adutora da Copasa, a qual faz a ligação da Estação de Tratamento de Água (ETA) à Capital, está localizada na área do Complexo Minerário Serra do Taquaril (CMST);
Promover impactos ambientais negativos ao bioma da Mata Atlântica e a supressão de formações de canga, de cavidades naturais e de campos rupestres ferruginosos e quartzíticos;
Interferir em habitats de espécies endêmicas e ameaçadas, com o risco de possibilitar a interrupção de corredores de fauna na região minerada
Sobre o Decreto que cria Corredor Ecológico Espinhaço-Serra do Curral
Em 06 de junho de 2022, a Prefeitura de Belo Horizonte criou, por meio do Decreto Municipal n.º 17.986, o Corredor Ecológico Espinhaço-Serra do Curral.
Ao todo, a área tem 1.185,22 mil hectares e é formada pela Reserva Particular do Patrimônio Natural Minas Tênis Clube, no bairro Taquaril, e a Mineração Lagoa Seca, no bairro Belvedere — passando por três Parques Municipais, pela Mata da Baleia e pelo Parque Estadual Floresta da Baleia.
A deliberação divide o território em três Zonas, sendo: Zona de Proteção; Zona de Manejo e Recuperação; Zona de Uso Intensivo.
As Zonas têm o objetivo de proteger e fomentar a conservação da conectividade estrutural e funcional entre as Unidades de Conservação e fragmentos, formando um corredor ecológico ampliado, além de abrigar ambientes florestais, campestres e savânicos, que são ricos em biodiversidade.
Nós, do Instituto Arbo, sabemos da importância da Serra do Curral, porque somos um Instituto para cuidar e defender as pessoas, o meio ambiente, a ciência e as leis. Juntos, estamos prontos para inspirar e realizar ações transformadoras.
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